sexta-feira, 6 de maio de 2011

A vida como ela é

Não acho que séries, filmes ou livros de ficção possam trazer algo de essencial ou profundo para nossas vidas. Acredito que a leveza da ficção não comporte o peso das nossas decisões e angústias.
Além de achar de uma pieguice sem tamanho citar frases ou trechos destas obras.
Mas...
Confesso que adoro assistir duas séries da tv a cabo que me ajudam a esquecer a vida real: House e Criminal Minds.
Ontem à noite, me dedicava a uma delas e uma passagem me deixou muito pensativo: um trecho onde um personagem se dava conta de que havia se tornado um profissional pior por ter se apaixonado.
Isso somado ao fato desta semana eu ter sido "achado" no facebook por um amigo que não via há mais de 25 anos, me trouxe uma constatação. Eu me dedico desde os 14 anos a uma mesma atividade, militar na política.
Para mim, sempre foi claro, que a maioria dos que se dedicam à política fogem de suas vidas ou buscam ascender socialmente, ou os dois.
Mas eu sempre me considerei acima disto, como se a minha dedicação fosse fruto apenas da minha vontade de "mudar o mundo".
Pois bem, fui aos poucos me vendo na pele de quem sacrificou tudo para fugir de sua vida.
Me lembrei de quando ainda era um moleque em São Paulo, e decidi quase conscientemente, sair do bairro onde morava para ir à luta contra o capitalismo.
Me lembrei do vazio que senti quando tive que interromper a minha militância no movimento estudantil na Bahia para estudar em Campinas. E da alegria de retomá-la na faculdade.

Pensei também nos momentos em que me arrisquei, nas aventuras e desventuras que a militância me trouxe. Nas conquistas que obtive, e no atual estágio de minha vida.
Pensei que era hora de deixar de fugir da vida se escondendo no trabalho e na política.
É hora de ser menos militante e mais feliz.

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