segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ambição

O que faz uma pessoa agir de determinada forma? Esta é a pergunta de um milhão de dólares da política. Se houvesse um guia, ou método que pudesse prever as reações coletivas, aqueles que vivem da política matariam pelas suas respostas.
É muito difícil, pelo menos para mim, entender ou antever os posicionamentos ou respostas de um eleitorado. Posso antever, por experiência, algumas expectativas do público dos meios de comunicação, mas isso é limitado e ao mesmo tempo incerto.
Mas como antever as reações de uma massa muito maior. Algumas pessoas tem esta capacidade quase instintiva. Veem, mesmo que de forma nublada, as reações coletivas às suas declarações e ações.
Mas isso é a exceção.
A grande maioria navega às cegas, confiando em assessorias e pesquisas.
Mas um fato perturbador nunca é considerado a contento por quem se apoia nas suas assessorias: a ambição de seus funcionários. Digo isso, pois ao longo do tempo vi e vivi com colegas de todos os temperamentos, mas o que me fascina e assusta é o desmesuradamente ambicioso. É um tipo que faz tudo, absolutamente tudo, para suprir sua ambição.
Não é o personagem que despreza os limites éticos e profissionais para o sucesso do processo coletivo, este é outro tipo de gente. Nem aquele que despreza sua família ou sua vida pessoal para se dedicar "à política".
Não, é aquele que conjuga estas características para seu projeto, normalmente de poder, pessoal.
Não tenho condições de saber se o "ambicioso" distorce seus limites morais ou simplesmente os ignora para satisfazer sua necessidade.
Mas ele existe, e dedica todo o seu tempo e energia para satisfazer seu desejo. E age de forma sorrateira, quase confiável, esgueirando-se e mantendo à sombra de possíveis ataques dos "concorrentes".
Hoje li um material muito interessante que descreve este "reflexo de objetivo" de forma brilhante:
"Os movimentos do tigre à espreita da presa serão totalmente sem sentido se não levarmos em conta o último ato deste drama, quando o tigre devora sua presa" diz Vigotski.
Sei que este comportamento é visto em todas as nossas atividades, mas ele é particularmente refinado entre os que militam na política. Talvez por estar imerso em um ambiente onde a observação sobre as ações é mais acurada, e também por existir uma permanente luta por espaço, os "tigres" nas assessorias e nas estruturas partidárias são muito mais silenciosos. Pelo menos é nisso que eles se fiam.

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